Saíram dados nas estatísticas oficiais que mais uma vez afirmam que no "nosso" Bairro, no Bairro Vizinho e no Bairro dos Helenos se trabalha mais horas do que no Bairro dos Francos ou no Bairro dos Teutónicos. Apesar disto, estes bairros são mais ricos e produzem mais dos que aqueles.
Parece estranho? Parece, mas não é... Primeiro, trabalho efectivo não é chegar, colocar o casaco e sair uma meia-horita para tomar o pequeno-almoço, nem aquela meia-horita a cumprimentar os colegas ou a discutir a bola ou a novela junto da máquina do café ou da água com os colegas. Também não é trabalhar os dez minutinhos, lá fora, para o cigarrito. Claro está que a ida ao wc, num tirinho, ou a manhã que se falta para ir "tratar de papeis" não fazem parte das contas.
O que contaria é a verdadeira diferença entre eficiência e eficácia. No "nosso" bairro, trabalhadores e chefes (sim porque a hierarquia é algo importante - e necessária? - nesta cultura) focam-se na eficácia: i.e. o que importa é fazer! Desde que se faça, não importa o como, nem o quando e muito menos o porquê. A eficiência do como se faz, aprender com os erros, implica avaliar e quem é que gosta de ser avaliado? Ninguém gosta de críticas (mesmo quando "positivas" não deixam de ser críticas), ficará a imagem do ralhete ou o medo da "menina dos seis olhos"? Traumas de infância ou sociais? Ou é cultural? A verdade é que ninguém gosta de ser avaliado, criticas fazem-se no café e o alvo é sempre o mesmo: o chefe (desde que não esteja presente) e o governo (esse grande culpado de tudo o que corre mal no "nosso" bairro).
Claro está que tudo isto toca uma outra questão transversal: a gestão. Quem gere? Como foi nomeado? Haverá mérito ou outros "vectores"? O exemplo não virá de cima? Quais os parâmetros? Qual a estratégia? Os objectivos são claros?
Que termina na questão final: a comunicação. A mensagem é clara? Escutou? Compreendeu? Deu feedback? Talvez, aqui no "nosso" bairro nos fiquemos pela aparência, antes que haja mal entendidos...
Sem comentários:
Enviar um comentário