Há um desporto inventado no Bairro de Albion, o Football, que aqui no "nosso" bairro também é o desporto-rei. É uma coisa generalizada por grande parte do mundo. Desde o "outro tempo" que não há outro desporto face ao Football, joga-se nos pés, não é preciso grande cabeça. Aqui no Bairro, não há rua onde não se jogue. Toda a Rua tem um Football Club ou Clube de Bola. É uma coisa séria. Há quem tenha morrido por causa do desporto. São 11 contra 11, em torno de uma bola. Heróis bestiais quando vencem e marcam golo, bestas quando comem frangos. Mas o mais importante é o público, os fãs, a cor do clube. É o clubismo uma forma aguda de bairrismo. Ao defendermos o clube defende-se a rua ou vice-versa. Nós contra eles.
Todas as semanas há jogo, libertam-se as tensões e as preocupações pelos gritos e pelas discussões. Em cada cidadão do "nosso" Bairro há um treinador e comentador. Na Bola não há classes, credos ou estatutos, há cores. Encarnados, Azuis, Verdes ou Amarelos. Os nossos são os melhores, quando se perde a culpa é do árbitro. Enquanto se vive Bola, não se pensa a vida. Assim, educam os bons pais de família. A bola aquece o coração do "nosso" Bairro.
Na Tasca, a TV só mostra bola, os lugares e as mesas rodam quando há bola. Sem bola não há Tasca e sem Tasca não há bola. Vinho ou cerveja escorregam sempre, com tremoços ou azeitonas e pão. Nem sempre as cores combinam com os lugares atribuídos pelo "jogo-de-cadeiras". No fundo é uma forma de baralhar e voltar a dar. Diz a tradição do "nosso" Bairro, haja sempre bola e os que beber na Tasca que o povo não passa fome!
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