Um grande dramaturgo aqui do "nosso" bairro no séc. XV de nome Vicente, já nos seus autos, descreveu as zeladoras, como as moralistas e alcoviteiras do "nosso" bairro. Essas personagens, são as senhoras de alta moral, guardiãs do "faz o que eu digo, não faças o que faço", o seu lema.
Donas das "verdades", conhecedoras dos esqueletos nos armários da "sua" rua, casadas por conveniência com apelidos e nomes sonantes, garantem as suas públicas virtudes e disfarçam os seus vícios privados em viagens de compras a Londres ou Paris. Elas não frequentam a Tasca, os seus maridos e sobrinhos sim. Elas frequentam o salão de chá, nome fino para a "loja" mais à direita da Tasca, com porta e montra à sombra da torre sineira. Ao domingo encontramos-los a todos a comungar, a hóstia terá sabor subjectivo...
Donas das "verdades", conhecedoras dos esqueletos nos armários da "sua" rua, casadas por conveniência com apelidos e nomes sonantes, garantem as suas públicas virtudes e disfarçam os seus vícios privados em viagens de compras a Londres ou Paris. Elas não frequentam a Tasca, os seus maridos e sobrinhos sim. Elas frequentam o salão de chá, nome fino para a "loja" mais à direita da Tasca, com porta e montra à sombra da torre sineira. Ao domingo encontramos-los a todos a comungar, a hóstia terá sabor subjectivo...
Aliás, esta coisa da fé e dos valores é pessoal, embora as zeladoras não se importem de as impor aos outros. Nisto, sabem mais que o novo pároco, que importam valores e doutrinas face à verdadeira moral? É que para elas, (in)felizes nos seus matrimónios de aparência, muito mais importante saber quem dorme com quem é garantir que os vícios permaneçam discretos ou mesmo secretos. As aparências assim o exigem. No fundo, importa manter fechados os armários cheios de pecados, malícias e falsa religião, sob a fechadura da virtude pública.
De vez em quando, lá, no salão de chá, entre scones, tisanas e alguma má-lingua, escolhe-se um culpado, arbitrariamente para levar (sozinho) a culpa de uma qualquer
calamidade, crime ou evento negativo no "nosso" bairro. Às Zeladoras, competia encontrar o bode, responsável por um ou mais problemas, independentemente da constatação real dos fatos, e, assim, expiar os "pecados" do "nosso" bairro. Aí, a Justiça, os seus justiceiros, ou opinião das três Graças, em nome da Moral, vai tudo a eito!
Uma coisa une todas as zeladoras, a infelicidade dos outros. Não há lugar para felicidades, quando há que garantir o lugar no "céu" para todos, porque os lugares no salão de chá ou na Tasca, esses já estão reservados às tias e sobrinhos, respectivamente.
Em pleno século XXI, poderíamos pensar que tal barrosãs da moral e dos bons costumes, já não existiriam no "nosso" bairro. Enganem-se os mais desatentos, pois, armadas de petições e argumentos, utilizadoras das redes sociais, da "influência" dos maridos e do "medo" dos sobrinhos... Elas andam por aí!
Uma coisa une todas as zeladoras, a infelicidade dos outros. Não há lugar para felicidades, quando há que garantir o lugar no "céu" para todos, porque os lugares no salão de chá ou na Tasca, esses já estão reservados às tias e sobrinhos, respectivamente.
Em pleno século XXI, poderíamos pensar que tal barrosãs da moral e dos bons costumes, já não existiriam no "nosso" bairro. Enganem-se os mais desatentos, pois, armadas de petições e argumentos, utilizadoras das redes sociais, da "influência" dos maridos e do "medo" dos sobrinhos... Elas andam por aí!
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