Uma tasca portuguesa

Uma tasca portuguesa
Taberna Portuguesa

quinta-feira, 30 de julho de 2015

O CGD

No "nosso" existe o Cofre Grande de Depósitos, o CGD ou o "Cofre". É propriedade da Junta e é o maior banco cá do bairro. Foi criado para ali se guardarem e garantirem os depósitos públicos e privados, atendendo à sua posição de mercado - o maior em agências, clientes e depósitos - sempre foi o braço da política no mundo financeiro.
O mundo financeiro, nos últimos anos, foi alvo de muitos altos e baixos. Crises: problemas cíclicos para uns, problemas de jogo-de-azar para outros. Talvez dos dois, dizem. A verdade é que a finança sempre deu mais dinheiro que a economia. Engenharias. Devido a tanto solavanco, o Cofre sempre foi referência de estabilidade e porquinho mealheiro da Junta.
É no "Cofre" que a Tasca tem a sua conta corrente. Sem o CGD, muitos dos negócios da Tasca não se fariam. Muitos, Moços da Tasca, foi ali que começaram as suas "brilhantes" carreiras. É, também, no Cofre Grande que a Justiça guarda as suas parcas poupanças e a Repartição depositava o Tributo. Todo o grande negócio, de uma forma ou outra, passa pelas contas do Cofre. São os débitos e haver do "nosso" bairro.
Enquanto, os bancos privados e a suas crises têm levado a vendas de Bancos Novos e velhos e, agora há "suspeitas" sobre as Caixas Mutualistas como o MonteBem,  o CGD sempre foi seguro.
Mas, eis que, agora, o Presidente da Junta e cabeça-de-lista do emPÁFia, vem dizer que está preocupado. Preocupação de verão ou consequência da data das eleições, não sabemos. Entretanto, compete ao Jornalismo oficial promover a preocupação. Perguntamos-nos: privatização à vista?

quarta-feira, 29 de julho de 2015

emPÁFia

em·pá·fi·a  (origem obscura) substantivo feminino 1. Qualidade de quem tem demasiado orgulho em si próprio. = EMBÓFIA, SOBERBA, VAIDADE substantivo de dois géneros 2. Pessoa altiva, enfatuada ou soberba. = EMPÁFIO, VAIDOSO
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

Na cena política do "nosso" Bairro, surgiu uma nova coligação, junta os citrinos, os reacionários, os realistas, os "independentes" e demais representantes dos negócios da Tasca. Veio enriquecer a Política do Bairro. São os emPÁFias, certos da sua governação e pensamento cítrico. Mantêm a maioria absoluta na Assembleia de Freguesia e na Junta, são acusados de 7 pecados capitais na sua governação que justificam contra as 10 pragas deixadas no Bairro. Liderados pelo actual Presidente da Junta, o famoso Pedro autor do Conto que tem presidido à vida do "nosso" bairro nos últimos 4 anos e meio. Um conto infantil tornado pesadelo, dizem.
É uma lista muito "rica" tem dos moços da Tasca às Zeladoras da moral do bairro. Agora, que as eleições têm data, há que enfrentar o Partido das Flores. Espera-se uma perninha do ex-burgomestre na campanha e naturalmente conta-se com o apoio do Sr. Múmia, independentemente do seu papel "independente" de, ainda, Presidente - Rei da Marcha.
O programa eleitoral da emPÁFia - cujo conteúdo o jornalismo de serviço irá dar e propalar às pinguinhas - baseia-se nos velhos P's: Privatizar e Pagar, adocicados com as velhas Promessas e Propagandas. Mais do mesmo. Bairrismos à parte, o "nosso" bairro pode ser mais, quiçá estar no TOP10, o povo, já vimos que "aguenta, aguenta"! É o Pensamento Cítrico em Acção e, sempre, em Frente! 
em·pá·fi·a
(origem obscura)

substantivo feminino

1. Qualidade de quem tem demasiado orgulho em si próprio. = EMBÓFIA, SOBERBA, VAIDADE

substantivo de dois géneros

2. Pessoa altiva, enfatuada ou soberba. = EMPÁFIO, VAIDOSO

"empáfia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/emp%C3%A1fia [consultado em 08-07-2015].

A arte do título

Aqui no "nosso" bairro nasceu uma nova "arte": a do título. Esta arte nasceu com as redes sociais, em especial o CaraLivro, é que a Comunicação Social aqui do bairro percebeu que uma das características dos locais e habitués das redes sociais é lerem o título.
Assim, os agentes do "nosso" jornalismo, só têm de dar voltas ao miolo e inventar o título, o resto da notícia é copy paste de alguma agência noticiosa. Às vezes, a tradução automática altera os preservatives do texto por preservativos da informação; mas, o que importa é o título!
É o título, mesmo que nada tenha a ver com o texto (original ou não) que atrai os "navegantes" da rede, que - muitas vezes em formato de pergunta -com o chamariz  da caixinha de comentários, permite opinar, insultar, lançar impropérios ao governo ou ao árbitro, difundir a última teoria da conspiração ou o último boato. Alguns, logo levantam os CAPS e armados de forquilhas virtuais organizam logo o linchamento de carácter, é assim, a justiça da "net". Popular.
Deixar marca, hoje, é escrever, mesmo que por vezes, a maior vítima seja a língua e a sua gramática. O "anonimato" da rede social, tudo permite. Além de se puder partilhar o último detalhe da vida pessoal ou a foto do almoço; assim, se liberam frustrações e os instintos mais básicos, com ou sem foto do gatinho amoroso.

terça-feira, 28 de julho de 2015

As Zeladoras

Um grande dramaturgo aqui do "nosso"  bairro no séc. XV de nome Vicente,  já nos seus autos,  descreveu as zeladoras, como as moralistas e alcoviteiras do "nosso" bairro. Essas personagens, são as senhoras de alta moral,  guardiãs do "faz o que eu digo,  não faças o que faço", o seu lema.
Donas das "verdades",  conhecedoras dos esqueletos nos armários da "sua" rua,  casadas por conveniência com apelidos e nomes sonantes,  garantem as suas públicas virtudes e disfarçam os seus vícios privados em viagens de compras a Londres ou Paris. Elas não frequentam a Tasca,  os seus maridos e sobrinhos sim. Elas frequentam o salão de chá, nome fino para a "loja" mais à direita da Tasca,  com porta e montra à sombra da torre sineira. Ao domingo encontramos-los a todos a comungar, a hóstia terá sabor subjectivo...
Aliás,  esta coisa da fé e dos valores é pessoal,  embora as zeladoras não se importem de as impor aos outros. Nisto, sabem mais que o novo pároco,  que importam valores e doutrinas face à verdadeira moral? É que para elas,  (in)felizes nos seus matrimónios de aparência, muito mais importante saber quem dorme com quem é garantir que os vícios permaneçam discretos ou mesmo secretos. As aparências assim o exigem. No fundo, importa manter fechados os armários cheios de pecados, malícias e falsa religião, sob a fechadura da virtude pública.
De vez em quando, lá, no salão de chá, entre scones, tisanas e alguma má-lingua, escolhe-se um culpado, arbitrariamente para levar (sozinho) a culpa de uma qualquer calamidade, crime ou evento negativo no "nosso" bairro. Às Zeladoras, competia encontrar o bode, responsável por um ou mais problemas, independentemente da constatação real dos fatos, e, assim, expiar os "pecados" do "nosso" bairro. Aí, a Justiça, os seus justiceiros, ou opinião das três Graças, em nome da Moral, vai tudo a eito!
Uma coisa une todas as zeladoras, a infelicidade dos outros. Não há lugar para felicidades, quando há que garantir o lugar no "céu" para todos, porque os lugares no salão de chá ou na Tasca, esses já estão reservados às tias e sobrinhos, respectivamente.
Em pleno século XXI,  poderíamos pensar que tal barrosãs da moral e dos bons costumes,  já não existiriam no "nosso"  bairro. Enganem-se os mais desatentos,  pois,  armadas de petições e argumentos, utilizadoras das redes sociais, da "influência" dos maridos e do "medo" dos sobrinhos...  Elas andam por aí!

quinta-feira, 23 de julho de 2015

MonteBem

Há no "nosso" banco, um banco especial, não é bem um banco é uma caixa económica, isto é, faz tudo o que um banco faz mas pertence a uma associação mutualista: a MonteBem. O mutualismo é uma forma muito antiga de solidariedade, mesmo antes de haver Serviços Sociais, as pessoas do "nosso" bairro juntavam-se, poupando, verbas para apoio mútuo. É a solidariedade social. A economia de mercado e social, algo avessa ao pensamento cítrico.
A associação MonteBem e a respetiva Caixa cresceram, tornaram-se uma associação e um banco grandes em números de pessoas e empréstimos. A Associação e a Caixa terão sido sempre conservadoras nos seus investimentos, mais em direitos e bens reais. Sempre tiveram casas para vender e arrendar. Negócios certos e seguros. A Tasca sempre deu muita atenção à associação e à caixa, que sempre foram consideradas como "suas". O que é do "nosso" bairro no fundo é da Tasca. Dizem.  Era tanta a liquidez que se chegou a comprar um banco. Na Tasca sempre se decidiu o "jogo-das-cadeiras" no MonteBem, uma das marcas de "vinho-da-casa".
Entretanto, na Comunicação Social, as notícias, os rumores e os boatos, há mais de dois anos que colocam em causa os depósitos e as poupanças dos mutualistas. Todos sabemos que a banca, depois da última grande crise, ficou descapitalizada e o Banco da Cidade Europa exige ratios maiores. Os "reguladores" há muito que auditam e inspecionam, não se sabendo o que tanto vasculham...
Num bairro moderno, não interessa o bem que faz, mas o lucro que produz. Dizem. É o pensamento cítrico em acção.
A quem interessará a "falência" da Caixa do MonteBem? Entretanto, a Junta, muda as regras das caixas. Ter-se-á, tornado apetecido o banco?

quarta-feira, 22 de julho de 2015

A data das eleições

Reunidos que foram os astrólogos e numerólogos, ouvidas as mesas da Tasca, eis que o seu barman o Sr. Múmia, na qualidade de  Presidente - Rei da Marcha, saiu da salle privée e anunciou a data das eleições para a junta e assembleia do "nosso" bairro.
Foi a data cosmicamente mais favorável. Na Tasca, espera-se favorável aos negócios, aos mercados e ao pensamento cítrico. A cidade não gosta de mudanças no "nosso" Bairro. Cenários helénicos, por aqui, não são conhecidos, a garra é outra.
Entretanto, a Junta e a Assembleia vão aprovando regras e regulamentos conformes à sua maioria e pensamento. Devido ao calor da época, os espíritos e as mentes estão menos atentos,  é preciso guardar o lugar e assegurar nomeações.
Assim, marcou-se a data para fora da época das praias, onde se escondem os votantes renitentes, dizem. Agora, é altura de uma campanha onde se evite baixar o nível. Os partidos e demais agentes da política do bairro, já marcaram posições e fizeram as suas listas. Agora, ide de verão e voltai para votar.

terça-feira, 21 de julho de 2015

As listas

Sempre que se aproximam eleições, há uma questão que anima a Tasca e a política do "nosso" bairro: as listas. Participar nas listas e em que posição, define muita coisa. Hierarquias sociais e negociais, É uma das características dos locais.
Os Moços da Tasca andam de um lado para o outro, nunca é tão importante mostrar trabalho como na época das listas... Lembrar o trabalho e os favores realizados ou imaginados, recordar a "cunha" familiar ou do interesse, tudo é tema de conversa na Tasca. Nem tudo é negócios, também há "egos" e apelidos envolvidos.
A ordem na Lista, espelha alguma da hierarquia da Tasca, quanto mais próximo do poderde certas mesas ou do balcão, mais no "cimo" da Lista, mas também há aqueles que tudo fazem para guardar o lugar para si ou para entreposta pessoa... Nem sempre os lugares cimeiros são os melhores, há lugares que, mesmo não sendo elegíveis, garantem lugares discretos na Tasca. É nos lugares do fundo que se trocam notas.
Na época das "listas" há que fazer e receber pagamentos, nem que seja na outra moeda. As memórias e os esquecimentos de conveniência, vêm ao de cima. Há nomes que o jornalismo de serviço irá comentar, outros omitir, conforme os interesses da comunicação social.
Este ano há uma nova regra, fruto do tempo e das mentalidades, há que não baixar o nível, dizem. Os nomes da lista não podem constar das listas oficiais da arquivadoria e ter comprovativo de pagamento do tributo.  Lugar na lista, só pra quem tem convite!

segunda-feira, 20 de julho de 2015

N'gola

Existe uma Vila a Sul chamada N'gola. Esta chegou a ser colonizada pelo "nosso" Bairro. Foi fonte de muitas riquezas e das guerras de separação no "outro tempo". É uma Vila muito rica, as suas terras e águas têm de tudo. É muito é rica em minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro; possui também grandes jazidas de cobre, manganês, fosfatos, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata e platina. Mas, independentemente disso, a maior riqueza será o seu povo.
É um povo rico de afectos e cultura, mas vive na maior das misérias. Em total dissonância com a sua geografia humana e física. Devido às suas riquezas naturais, tornou-se uma das terras mais ricas do Sul e um grande parceiro económico do bairro e da Cidade. Muitos dos cidadãos do "nosso" bairro, emigraram para lá. Há muito que se emigra do bairro para lá; de início, iam os castigados, depois os colonos - posteriormente à independência - os cooperadores. Agora, vão os que podem, tentar ganhar a vida. Os locais não têm a educação e a formação necessárias, muitos ainda perdem o dia a ganhar a vida pobre do seu quotidiano.
A economia de N'gola, como a maioria dos países do Sul, depende dos recursos naturais, em especial do petróleo. O valor do petróleo, anda em baixo. Negócios do Sul e da Margem Sul. A economia anda  a reboque do preço das "commodities". Assim, anda a economia de N'gola e do "nosso" bairro.
Muitos dos negócios de N'gola, naturalmente, pela Tasca. No "nosso" bairro,  investe-se alguma da liquidez que resulta do comércio internacional. Nos últimos anos, ambas as economias têm se associado de forma intrínseca e interdependente. Contam muito as relações pessoais cultivadas na Tasca. Entre cá e lá, viajam muitos dos Moços da Tasca, habituados ao intercâmbio de negócios e interesses e à prestação de serviços.
A família real de N'gola, é a maior beneficiária e a mais rica família da Vila. Assim, a sua liquidez tem-na permitido fazer muitos investimentos por esse mundo fora, mas a grande plataforma é aqui o "nosso" bairro, sede da Tasca. Pois, é de negócios da Tasca que se trata. Dizem. É uma liquidez importante, pois sustenta a corte, os cortesãos e até os opositores. A circulação dos metais preciosos, do ouro negro e dos diamantes, sustenta o regime de N'gola. O vil metal assegura a lealdade de Generais, Directores e demais pretorianos.
Recentemente, o valor do petróleo baixou, e os fluxos financeiros e comerciais reflectem essa redução, os negócios diminuem. A Tasca ressente-se, os regimes tremem, mas a vida continua...

Só pra convite

Sempre que há um evento cultural no "nosso" bairro,  há quem queira assistir, convidado ou não. Pouco importa se o evento é aberto ou fechado. Importa quem vai, ver e ser visto e se há comes e bebes. Croquetes e rissóis sempre ajudaram aos negócios, tal como o vinho da casa às conversas.
Normalmente,  os eventos têm porteiro ou segurança, assim afirma "só pra convite".  Quem não tem,  não entra. Pelo menos é o que dizem as regras.
Mas, toda a regra tem excepção, os promotores e respectivos amigos ou familiares entram. Têm direito a entrar os dirigentes da Junta e demais serviços públicos. Também entra quem é conhecido da Tasca ou da TV. Ou mesmo o amigo do amigo que entrou ou se colocou a guardar o lugar. Senão toda a "desculpa" habilitante serve: uma gravidez,  a criança ao colo,  a bengala ou a canadiana. Desde que dê para entrar,  sujeito ou não à discricionariedade da portaria.
Assim,  se estabelece a hierarquia de um bairro sujeito à música, à dança das cadeiras e ao vinho da casa.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Agradecimento

A todos os "nosso" leitores um grande obrigad@. O blog, a tasca do "nosso" bairro, agradece a todos os que tiveram a paciência e a abertura de espírito para lerem estes "nossos" disparates. Tal como explicamos na nota infra, este blog é da total irresponsabilidade dos seus autores. Tratam-se de devaneios, pseudo prosa destinada a entretenimento dos autores e de alguns amigos. Qualquer outra interpretação só poderá ser juridicamente definida como "mero desagravo".
Num  mês de publicações, os autores, escreveram mais de 80 posts e tivemos mais de 3.100 leitores de países como: Portugal, EUA, Reino Unido, Indonésia, Irlanda, Bélgica, Brasil, Roménia, Ucrânia, Austrália, Nova Zelândia, Alemanha, Holanda, Polónia, Espanha, França, Suíça, Canadá, Angola e Gana(?!?). A prova provada, de que realmente há portugueses em todo o lado. A título de curiosidade, os nossos posts mais lidos, de sempre, são:
Temos acordo ?!?
A hora da detenção
Duelo na Cidade
As mulheres de Pedro
Um conto: Pedro e a Crise
Numa semana, atingimos o 309.º lugar no ranking geral e 6.ª no ranking Política/Sociedade do Blogs Portugal. Entretanto, já percebemos que isto de manter um blog, não é fácil. Sabemos que temos muito que melhorar e escrever. Mesmo, até o desempregado de entre nós, não tem tempo... 
Agradecidos,
Os autores

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Jornalismo

O "nosso" Bairro tem muita Comunicação Social. Jornais, revistas, rádios, sítios de internet e TVs. Para tantos média são fundamentais e necessários dois tipos de pessoa: os donos e os jornalistas. Podemos encontrar dos dois na Tasca. Os donos são poucos e sempre os mesmos, frequentam a salle privée, aliás há quem diga que ser "dono" de média ou multimédia é entrada garantida à mesma.
Os jornalistas frequentam todos as mesas e o balcão na Tasca do "nosso" bairro, onde escrevem as suas notícias e os seus comentários. Se não frequentassem a Tasca como poderiam saber as estórias do "nosso" bairro? O jornalismo de investigação não se faz na rua, faz-se ao balcão ou à mesa.
Aqui, no "nosso" bairro, tal como há professores que, independentemente da formação, sabem tudo sobre toda a coisa; também os jornalistas comentam tudo o que noticiam. São as pós-graduações em economia, ciência política e moda, em créditos de cultura geral e banalidades. Alguns até já são escritores, com livros publicados! Quando conseguem ultrapassar o estágio e garantir um lugarzinho na Tasca, a maioria recebe à jorna, são jornaleiros. Não garante independência ou deontologia, mas assegura o pão nosso de cada dia. 
Também há os comentadores e frequentadores da Tasca, que pelas suas opiniões, são contratados pelos donos para serem jornaleiros. Opinar vende e forma opiniões. Se é professor ou ex-inspector ou qualquer coisa mais, pode opinar, a carteira de jornaleiro é livre!
É na Tasca que se trocam as informações, as estórias e os nomes a publicar. É uma espécie de cartel, mas nas questões da Liberdade de Imprensa, a concorrência não mete o nariz. Dizem. 
Recentemente, muitos têm ido ao Bairro dos Helenos, foram viajar e comentar os últimos acontecimentos, furos e opiniões certos. Há que garantir que o pessoal aqui do "nosso" bairro, perceba que nós não somos iguais nem estamos em igual penúria. Efectivamente, em ano de eleições é preciso recordar que a "nossa" Tasca não é uma taberna qualquer!

Baixar o nível

No "nosso" bairro, apesar de não se saber a data das eleições. A data é competência e  escolha do Rei da Marcha e dos seus astrólogos. estamos em campanha eleitoral para a Junta. O actual presidente da Junta, Pedro Conejo dos Lobos diz que não vai "baixar o nível" nesta campanha eleitoral. Prefere continuar a contar contos, estórias de embalar e convencer. Enquanto isso, vai andar pelo país, a distribuir promessas e protocolos. Agora que as negociações lá na cidade por causa do bairro dos Helenos, há que capitalizar  os medos e receios cá no burgo. As bichas nos multibanco do bairro dos Helenos assustam, pois as filas na sopa dos pobres, só os pobres as vêem.
Os Cassete disparam para todos os lados, no fundo não contam ser governo na Junta. Estão à espera da sua Revolução final. O seu alvo favorito é o Dr. Perne e o Partido das Flores. Pedro dos Lobos e os seus partidos continuarão a defender, com o apoio dos barões da Cidade, o seu Pensamento Cítrico. Há ainda os "independentes" e os jogadores a solo. Há quem ache que por frequentar a Tasca tem direito a receber senha de presença na assembleia de freguesia.
Agora é altura da "guerra" dos números, uns dizem que nunca estiveram tão bons os números das exportações, dos saldos primários, do emprego e da recuperação, outros lançarão os números de falências, de desempregados e das dívidas. Contas e números, mas o que vai contar é soma dos votos, deduzidos os brancos e nulos.  No final do dia, vai-se beber uma bejeca e comer uns tremoços na Tasca, que este verão está quente!

A Arquivadoria

Já por aqui se escreveu sobre a Justiça no "nosso" bairro. É tema complicado, assunto tabu para muitos. Hoje, vamos escrever sobre a peça mais importante do tabuleiro: a Arquivadoria. A esta cabe arquivar, dar o dito por não dito, enviar o postal. 
O Postal, é a forma mais expedita de arquivar. Os Moços da Esquadra ou o Pessoal Janota recebem a queixa, faz-se o enquadramento e a investigação de secretária necessária,  envia-se para o Arquivador de serviço que assina o despacho, e logo se envia o postalinho. O cidadão é informado de que o inquérito foi arquivado, guarda-se na gaveta a informação podendo esta um dia servir para engavetar alguém ou não. Quando o enquadramento é o necessário, passa-se à hora da detenção.  
A arquivadoria está sujeita à hierarquia, à sua frente tem a Arquivadora-geral, fez carreira em arquivamento e na arquivadoria de segredos, está-lhe no sangue. É amiga das três graças. Até fez parte do Conselho Superior do Arquivamento, é que os arquivadores, fazem carreira em auto-avaliação e gestão de informação. É uma corporação do "nosso" bairro.
À Arquivadoria compete também deduzir a acusação. A acusação neste peculiar regime jurídico é muito importante, pois é única e exclusivamente sobre ela que o Tribunal dá parecer positivo (raras são as vezes que o parecer é negativo). Assim, é feita a acostumada justiça. As prisões do "nosso" bairro, estão cheias de toxicodependentes e pequenos meliantes. Os colarinhos brancos não combinam com a farda prisional.
No "nosso" bairro  há sempre lugar ao recurso, em especial para quem os pode pagar.. Há vários tipos de recurso o oficial - raro -, e o oficioso para a Tasca. Como, já se escreveu, é na Tasca que se faz a relação dos prós e contras das decisões, influenciada se tomada antes, durante ou depois do almoço. Independentemente dos Justiceiros de serviço, a gastronomia sempre determinou a vida no "nosso" bairro. A justiça aqui no bairro faz-se no bairro para os dos bairro pelos do bairro. É a "nossa" justiça, feita, decidida e transitada na Tasca, ao som da música do jogo-das-cadeiras regada pelo "vinho da casa". 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

O acordo, a cidade e os Helenos

O bairro dos Helenos está ao rubro, tal como a Cidade. Claro está que o "possível" acordo está a ter as suas consequências...
Após a reunião de Câmara e ter-se negociado um pré-acordo, é preciso verificar se há verbas. Nem todas as assembleias de freguesia vão ser consultadas, diferenças de Estatuto. Também, a Assembleia Municipal não será consultada.  Assuntos de economia e finanças, não são assuntos para democratas. Se, há coisa que os resultados do último referendo vieram confirmar é que matemática das contas públicas não vai a sufrágio.
O Diktat, após capitulação, pode resultar numa mão cheia de nada. A incerteza, tal como o Cansaço mantêm-se na cidade. No final, as contas podem não bater certo. Nem todos os bairros fazem contas com calculadora, ainda há quem prefira o ábaco. Nuns bairros soma-se, noutros subtrai-se. Apesar do Diktat ser inspiração sua, o Sr. Cervejinha, tesoureiro do bairro dos Teutótnicos, continua a achar que os Helenos não merecem usar o Euro. O Sr. Cervejinha e o seu staff, não estudaram a história recente do seu bairro. No bairro teutónico, não se estuda até 1918, o tratado de Versailles tudo o que sucedeu a seguir é-lhe desconhecido... 
A posição do Fundo Multilateral de Imposição, já não se entende, influências do Tio Sam... No Saloon do outro lado do oceano, as preocupações são outras, percebem a geografia da cidade.
O presidente da Junta do Bairro dos Helenos, o Sr. Tripas, diz que não concorda com o "acordo", nem com a "chantagem", mas compromete-se a "cumpri-lo", A comida Helena é "muito" temperada, coisas do oriente; todos sabemos como a gastronomia influência os humores. A fome e a má nutrição, também. O jogo é perigoso.
Os bairros da cidade que estiveram fora das negociações, pois não participam no Euro nem nos orçamentos participativos, não querem ser solidários.  We understand, no Grande Pub, só se aceitam libras e coroas.
Cá no "nosso" bairro, a vida continua, aliviados que estão. A "nossa" dívida, ainda, é da boa. As linhas de crédito mantêm-se na Junta e os negócios na Tasca.  
Por acaso, a ideia foi do Pedro.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Temos acordo!?!

O bairro dos Helenos, mantém-se no Euro e nos orçamentos participativos, meses e horas depois, o Burgomestre e o Presidente da Câmara, anunciaram: temos acordo!
O Diktat foi lançado pelos bairros cítricos, liderados pelos teutónicos. Tripas, Presidente da Junta dos Helenos, independentemente de referendos e decisões prévias capitulou em nome do Euro e da Europa. Até quarta-feira, a assembleia dos helenos referendará o ultimato. As vendas de garagem, começarão logo que possível. Desta vez, os credores vão-se assegurar do cumprimento dos acordos e a sua parte. Vão mesmo ter um banco só para eles. Os helenos irão apertar o cinto mais uma vez. a brincadeira da demoskratia ficou-lhes cara. 
O Presidente da Junta dos Francos, anuncia a Vitória. A cidade mantém-se. Pelo menos a imagem de ainda ter alguma influência, fica. Lembramo-nos do acordo de Versailles, os grandes líderes da Europa, não estudaram história?
O "nosso" Presidente, fez brilharete, pelo menos assim diz. Se não fosse ele, não haveria acordo, dirá o mitómano. Votou com a maioria, no fundo, espera manter a sua cá no "nosso" bairro.
A reunião terminou tarde, acabou na Grande Bierhaus, todos levantaram os copos, mas cada um bebeu da sua bebida nacional. Prost! A bolsa irá subir nos índices.

domingo, 12 de julho de 2015

Duelo na Cidade

Na questão do Bairro dos Helenos, os lados extremam-se! Depois de meses de meses e semanas de negociações, instalou-se um cansaço na cidade. Será a solução, um duelo ao "pôr-do-sol"? Como bem notou o Sr. Múmia nas suas já famosas contas de "noves fora um" o grupo do Euro é constituído pelos tesoureiros dos 19 bairros que usam a "moeda única".
Nos bairros, tal como na Cidade, a política municipal está dividida em quatro grandes grupos: os Cítricos, os das Flores, os Livres e os Cassete. Essa divisão, segundo as últimas notícias, reflecte-se, também, na posição dos Bairros:
A querer um acordo, temos:
Bairro dos Francos;
Bairro dos Latinos;
Bairro dos Polanos;
Bairro dos Belgae;
Bairro dos Slavk;
Ilha dos Ciprestes;
Ilha do Mel; e
Rua d' Lux.
A defender a saída - "temporária"(?) - dos Helenos do Euro, liderados pelo Bairro dos Teutónicos:
Bairro de Leste;
Ilha de S. Patrício;
Bairro dos Finis;
Bairro dos Baixios;
Bairrinho dos Litos
Bairrinho dos Latos;
Bairrinho dos Estis;
Bairro dos Slevk;
O Bairro vizinho; e, claro o
O "nosso" Bairro. Todos comungam do Pensamento Cítrico.
Sem capacidade de liderança ou visão de futuro, estes tecnocratas procuram decidir o destino do Bairro dos Helenos. Os Helenos fizeram a sua escolha através de referendo, mas a dura real politik da cidade Europa é que pelos vistos irá decidir. Isto, num ano em que muitos dos Bairros vão ter eleições, não ajuda. O mundo e as cidades vizinhas estão atentos. Segundo os mais atentos e esclarecidos, não é o Bairro dos Helenos que está em causa, mas sim, a própria cidade e os seus valores que estão em causa. 
Alea jacta est.

O Partido das Flores

No "outro tempo" houve uns oposicionistas que se juntaram para "deitar abaixo" a Junta e o seu "eterno" presidente o Dr. Rapa-tachos. Juntaram velhos republicanos, ex-cassetes, cassetes desavindos, religiosos e artistas e fundaram o Partido das Flores. Era um Partido com alguma influência do pensamento Cassete e inspiração nos jardins dos Bairros dos Francos e dos Teutónicos. Nestes bairros, contaram com o apoio de políticos e intelectuais. O Florismo na altura estava em força. O que ajudou ao fim do regime do "outro tempo", os que têm saudades nunca lhes perdoaram. Foi no tempo da construção da Europa como cidade. Durante muito tempo, os Partidos das Flores dominaram a cena política do Município. Hoje, o ramalhete é outro e domina o Pensamento Cítrico.
O Partido das Flores nunca esteve tanto tempo no governo da Junta como os Cítricos. Mas, as suas gestões deixaram marcas, capazes dos maiores ódios e amores. Aliás, será uns dos Partidos mais atacado e amado no "nosso" bairro. O primeiro líder do Partido das Flores foi o Dr. D. Bucca e o Partido tem sede no largo da Rosa. Mas, é nas "bases", i.e. nas ruas, ruelas, becos e rotundas que está a força do Partido: os seus caciques locais.
O Partido das Flores não segue nenhuma flor em concreto, a sua ideologia é muito liberal, tem muitas tendências das Rosas aos Cravos, no fundo depende muito do líder (e já teve muitos) e se está ou não no poder. Com o tempo, a essência do Partido tornou-se muito flexível. Dizem. É a democracia interna ou o interesse dos militantes ou o "jogo-das-cadeiras". Na maioria das vezes, para melhor perceber o que lá se passa, é preciso deixar o largo da Rosa e passar na Tasca. Ao contrário dos Cassetes, os das Flores, sentam-se em várias mesas. É raros sentarem-se em grupo. Preferem os "grupinhos". Há quem fique ao balcão ou quem só frequente a salle privée. Todos bebem do "vinho-da-casa", mas o que comem é muito diferente. Dietas influênciadas pelas tendências das modas ou dos interesses. No "nosso" bairro, não há política sem negócios e vice-versa. E todos sabem, mesmo que deixem a ficha de militante no largo da Rosa, os negócios passam-se é na Tasca.
Depois de um "jogo-de-cadeiras", jogado na rua, no largo da rosa e na tasca, o Partido das Flores, elegeram o Dr. Perne para líder e começou-se a preparar o ano de eleições... aguardemos as cenas do próximo episódio.

O Rei da Marcha

Aqui no "nosso" bairro,  a "Marcha Popular" é uma coisa muito importante,  tão importante que há historiadores que afirmam que a Marcha é anterior ao Bairro.
Ora desde sempre a Marcha tem um "Rei". De há 100 anos para cá que se chama o "Presidente da Marcha" dizem que é mais moderno e económico,  coisas de modas e opinião.
O rei ou presidente da marcha é um lugar decorativo e simbólico. Hoje em dia, é eleito por voto universal de todos no bairro. Já o foi, por nomeação do presidente da junta ou por acumulação de funções no tempo mais antigo dos regedores. Modas. 
Actualmente,  o Presidente da Marcha é o Sr. Múmia, o barman da Tasca. Das funções maioritariamente decorativas, além de, anualmente, ir à frente do corso e distribuir faixas, há uma muito importante: é ele que marca as eleições para a Junta. Foi assim que encurtou o mandato anterior do Eng. Plato - mais conhecido pelo "44" - e alargou o actual mandato ao Presidente da Junta, Pedro Conejo dos Lobos. Este ano vamos ter eleições, ainda não se sabe é quando. Parece que os astrólogos aindam não se decidiram qual a data mais favorável ao Pensamento Cítrico.
Ser "Presidente da Marcha", como cargo decorativo tem quase nenhum ou pouco peso na vida do "nosso" bairro. Mas, como barman,  a conversa é outra; ele é uns dos que decide quem entra na Tasca, onde se senta e o que bebe. E no "nosso" bairro, mais do que o lugar na "Marcha" importa mesmo conhecer a hierarquia na Tasca.

sábado, 11 de julho de 2015

O Justiceiro

No "nosso" Bairro há um justiceiro. Anda à solta ali para os lados do Tribunal. Assusta tudo e todos, empresários, banqueiros e políticos. Os grandes do bairro, tal é o seu poder. Não há processo dos grandes que não passe pelas suas mãos, alguns até têm direito a sair nos pasquins, outros arquivam-se nas brumas do tempo. A informação é o tesouro que o Justiceiro guarda. Condenar ou manter na gaveta, em conjunto com os amigalhaços da Arquivadoria, faz parte do jogo. Importa é ter o poder e o Pessoal Janota às ordens.
É um justiceiro de "entrada de leão e saída de sendeiro", mais importante que sentenças, a sua arma é a condenação social. Quem ele não gosta, leva com notícia no Pasquim. E se sai no Pasquim Matinal deve ser verdade, não é? Ser conhecido e conhecer os "podres" dos donos da Comunicação Social também ajuda, dizem. O povo gosta de justiceiros. Assim, não há abuso, há "justiceirice". Com os olhos fechados das três Graças, apurou-se técnicas de outros tempos, agora há calendário e tempo de detenção, tudo calculado para obter a "confissão". Enquanto não há "confissão", a todos dá anilha, não se vão lembrar de fugir!
Que importa se da "montanha" da Justiça ou da Tasca, o "rato" saia condenado ou inocentado, quem paga a prisão ou a indemnização é o orçamento da Junta, afinal é para isso que todos no "nosso" bairro pagam Tributo.
O Justiceiro  tem lugar discreto numa mesa rectangular  da Tasca, aquela onde a toalha é axadrezada e se sentam alguns arquivadores e jornalistas apreciadores da farinheira. É tão bom, o lugar que se tornou inamovível. No fundo, é o lugar do Justiceiro do povo do "nosso" bairro.

As mulheres de Pedro

No "nosso" Bairro, toda a gente conhece toda a gente, ou pelo menos conhece alguém que conhece, no fundo é um bairro pequenino. Assim, todos sabem que Pedro tem duas mulheres, a primeira e a actual. A primeira já foi famosa, como foram famosas as festas em casa de Pedro e da sua primeira, cujos "gritos e assobios" até fizeram os vizinhos chamarem os moços da Esquadra. A actual é mais discreta, mas quiz o cruel destino que fosse apanhada pelas teias de uma doença horrível que tantos persegue no bairro e na cidade.
Isto, de que escrevemos são "assuntos do foro privado", nem deles devíamos abordar, tal como se fez no tempo da falecida Sra. Picareta. Nessa altura, o Sr. Picareta, presidente da Junta, tudo fez para que ninguém soubesse ou publicasse. Inclusive à porta do hospital, enganava-se nos "números" de tão perturbado que estava. Os "números" foram notícia, a doença não.
Mas, agora os tempos são outros, e assim a "depressão" da primeira e a doença da actual, saem nos Pasquins e Revistas do "nosso" bairro para escândalo de alguns e satisfação da curiosidade mórbida de outros. É o direito à informação, dizem. O mesmo direito à venda e ao lucro. Há que capitalizar. Afinal, é ano de eleições...

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Zero a matemática

Aqui no "nosso" Bairro não se é muito bom a contas. São as contas da Junta, as contas na Escola, as contas da Vida. Há por aí muito "zero à esquerda", naturalmente, nem todos são assim, por exemplo o Sr. Múmia é muito bom de contas, em especial as dos "nove fora nada", ele gere a caixa da Tasca como ninguém. Mas, a matemática é difícil, se fosse poesia, prosa ou declamar, seria mais fácil.
Nas Escolas do "nosso" bairro, vieram "avaliar" as contas, fizeram uns exames, o cálculo foi bom (recorreu-se à calculadora), a álgebra até passa, nem que seja pelos dedos, as operações aritméticas e as equações é que são mais complicadas. Mas nada que não se decore. Aqui no "nosso" bairro, está-se mais à vontade é com operações de Tasca, mais dada às geometrias. Mas o mais difícil, mesmo, é o raciocínio lógico e abstrato, é que os "números" podem ser demasiado "reais" ou "complexos".

A hora da detenção

Aqui no "nosso" Bairro é hora de deter. Depois das 19h, de preferência, não vá o malandro fugir, já diziam os manuais da Geheime Staatspolizei ou do Komitiêt Gasudárstviennoi Biesapásnasti as detenções devem ser feitas à noite... criam o medo, levam à confissão. Técnicas. Quem paga a sanduíche do prisioneiro? A Repartição e a Justiça devem ter um "saco azul" para estas despesas extemporâneas, com certeza!
O calendário também está na hora, vai-se detendo mais um do Partido das Flores, dizem que a Arquivadora é alérgica a flores, está-lhe no sangue, já o o seu pai e irmão também são alérgicos ao cheiro das rosas. Todos sabemos aqui no "nosso" Bairro que só os do Pensamento Cítrico é que têm passe "livre da prisão". Tradições, dizem. Em boa verdade, é preciso é ser frequentador de determinadas mesas da Tasca, e se querem mesmo ser intocáveis, há que frequentar a salle privèe. Mas isso é só para alguns dos negócios da massa e do poder. Amigos do Barman, dizem. 
Mas voltemos à hora, certa, determinada, escolhida ou planeada, não se sabe, parece é ser um "azar do caraças" calhar sempre em cima das actividades ou das sondagens do líder do Partido das Flores, o Dr. Perne. Coincidência ou conspiração? La vão as redes sociais do "nosso" bairro ter um dia em cheio. As notícias, essas, já sabemos, amanhã - ou hoje mesmo - nos trarão a explicação da Justiça. Afinal, não é à toa que a Dra. Palradora é casada com o famoso jornalista do Pasquim Matinal. O que importa mesmo é que este ano é de eleições e a "narrativa" há muito que foi escrita...
No "nosso" Bairro a vida continua, na Tasca o vinho-da-casa é o mesmo e na rádio a música do jogo-das-cadeiras, é a mesma de sempre. 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Horas de Trabalho

Saíram dados nas estatísticas oficiais que mais uma vez afirmam que no "nosso" Bairro, no Bairro Vizinho e no Bairro dos Helenos se trabalha mais horas do que no Bairro dos Francos ou no Bairro dos Teutónicos. Apesar disto, estes bairros são mais ricos e produzem mais dos que aqueles.
Parece estranho? Parece, mas não é... Primeiro, trabalho efectivo não é chegar, colocar o casaco e sair uma meia-horita para tomar o pequeno-almoço, nem aquela meia-horita a cumprimentar os colegas ou a discutir a bola ou a novela junto da máquina do café ou da água com os colegas. Também não é trabalhar os dez minutinhos, lá fora, para o cigarrito. Claro está que a ida ao wc, num tirinho, ou a manhã que se falta para ir "tratar de papeis" não fazem parte das contas.
O que contaria é a verdadeira diferença entre eficiência e eficácia. No "nosso" bairro, trabalhadores e chefes (sim porque a hierarquia é algo importante - e necessária? - nesta cultura) focam-se na eficácia: i.e. o que importa é fazer! Desde que se faça, não importa o como, nem o quando e muito menos o porquê. A eficiência do como se faz, aprender com os erros, implica avaliar e quem é que gosta de ser avaliado? Ninguém gosta de críticas (mesmo quando "positivas" não deixam de ser críticas), ficará a imagem do ralhete ou o medo da "menina dos seis olhos"? Traumas de infância ou sociais? Ou é cultural? A verdade é que ninguém gosta de ser avaliado, criticas fazem-se no café e o alvo é sempre o mesmo: o chefe (desde que não esteja presente) e o governo (esse grande culpado de tudo o que corre mal no "nosso" bairro).
Claro está que tudo isto toca uma outra questão transversal: a gestão. Quem gere? Como foi nomeado? Haverá mérito ou outros "vectores"? O exemplo não virá de cima? Quais os parâmetros? Qual a estratégia? Os objectivos são claros?
Que termina na questão final: a comunicação. A mensagem é clara? Escutou? Compreendeu? Deu feedback? Talvez, aqui no "nosso" bairro nos fiquemos pela aparência, antes que haja mal entendidos...   

Um conto: o Pedro e a Crise

Era uma vez o Pedro dos Lobos. Pedro era um Moço da Tasca. Mas, este trabalho não era "a sério". O seu trabalho era tomar conta dos recados da Tasca. Por vezes ficava aborrecido por estar sozinho, sem ninguém com quem brincar e falar, para além dos outros moços da Tasca. Pedro, tinha um sonho queria era ser Presidente da Junta.


Um dia, os moços da tasca, resolveram fazer uma brincadeira para se divertir, além dos recados iam começar a fazer "negócios". E decidiram candidatar-se à Junta.
Desataram a gritar:
- Crise, crise, socorro, está aqui a crise!
O povo do “nosso” bairro, ouviu a gritaria e desataram a correr para ajudar o Pedro a afugentar a crise, e votaram no Pedro e demais moços da Tasca para a Junta. Porém, quando se aperceberam, levaram com um aumento brutal de impostos.
O Pedro fartou-se de rir mas alguns populares não acharam piada nenhuma à brincadeira e foram-se embora.

No outro dia o Pedro resolveu fazer o mesmo.
Desatou a gritar:
- Crise, crise, socorro, está aqui a crise!
Os populares correram para ajudar o Pedro, mas não havia emprego nenhum. O Pedro desatou a rir mas os populares ficaram zangados e disseram: - Este miúdo pensa que não temos mais nada que fazer! E alguns emigraram.

Passados uns dias o povo ouviu o Pedro a gritar:
- Crise, Crise, socorro, está aqui a Crise!
E disseram uns aos outros:
- Não nos vamos deixar enganar. Hoje ficamos aqui.

O Pedro continuou a gritar porque desta vez era mesmo a crise que lhe estava a matar a economia e o “nosso” bairro.
- Porque é que ninguém me ajudou? - perguntou o Pedro a chorar. Agora fiquei sem economia.
Não te ajudamos porque pensávamos que era mais uma brincadeira - respondeu o povo. Assim seja, nas próximas eleições!

quarta-feira, 8 de julho de 2015

O Estado do "nosso" Bairro

Na assembleia de freguesia, discute-se o "estado do nosso Bairro". Claro está que há duas "realidades": a da Junta e a da Oposição. Para uns a seguir ao Éden, o "nosso" bairro é-o na terra. Para os outros, entre o inferno e o Bairro, só Deus ou o Diabo saberão a diferença. No meio, talvez estará a verdade, portanto, o estado do "nosso" bairro será um espécie de limbo, paraíso para uns mais   no mais alto da hierarquia da Tasca e "o mundo dos mortos" para aqueles que nem direito têm a entrar no estabelecimento.
Pedro, o "nosso" Presidente da Junta, apresenta-nos mais aviso - os "lobos vêm aí" vejam os Helenos! - com tanta alegoria urbana, estaremos mais "fortes". O "nosso" bairro recomenda-se, como exemplo de bom aluno. A dívida aumentou, a pobreza e a miséria também, mas o emprego precário aumentou! Até os serviços sociais reduziram os custos. Nos rankings da desigualdade, o bairro tem subido! Não se trata de mitos, mas sim de realidades. Paralelas? talvez, dizem. São os paradoxos do quotidiano do "nosso" bairro. Uns vêm mentiras como verdades outros vice-versa. O Sr. presidente da Junta não mente, às vezes fala em realidades paralelas... só os néscios não compreendem. A formação e experiência como "moço da tasca" deu-lhe o traquejo verbal, emocional e intelectual.
A oposição, dos moderados aos extremistas, grita, qual "coro de tragédia" os males dos números e das ilusões num bairro cada vez mais envelhecido. As realidades do mito ou os mitos da realidade, são discutidos, falados e debatidos. Este debate, atendendo ao calendário eleitoral, mostra os deputados a defender a que se tapem os buracos lá da rua. Lembraram-se. Entretanto, a discussão não muda as realidade do "estado em que estamos". 
Depois da discussão, os ânimos vão acalmar-se, e acabar por tomar uns refrescos na Tasca. As eleições são daqui as uns meses. O jogo-das-cadeiras far-se-á ao som da música da Tasca e no fim servir-se-á o vinho da casa. É o estado em que estamos no "nosso" Bairro.

Guardar o Lugar

Aqui no "nosso" bairro,  há um hábito muito engraçado: "guardar o lugar".
É nas filas ou bichas,  o amigo ou amiga guarda o lugar para um,  dois,  ou mais sócios . Conforme forem chegando lá vão passando à frente de quem tem o azar de ter chegado depois do amigo.
Outro lugar onde se "guarda o lugar"  é na mesa,  enquanto uns estão na fila,  um ou outro guarda lugar à mesa. Não fossem outros usar e comer mais cedo ou depressa. A gestão no bairro também é assim,  prefere-se assegurar a eficácia em detrimento da eficiência.
No mundo laboral daqui do" nosso" bairro,  em determinadas empresas,  guarda-se o lugar para amigos e familiares. É a política da casa na Tasca. Assim,  todos sabem o seu lugar...

O funeral

Hoje, foram as exéquias da Sra. D. Maria de Jesus, esposa do Sr. Dr D. Bucca, distintas figuras do "nosso" Bairro. A falecida foi uma grande Senhora. De convicções. Trabalho cultural, social e político em prol do bairro e dos seus fregueses. Fica notada a justa homenagem.
Foram todos: família, amigos, conhecidos, desconhecidos e demais notáveis. É a tradição do "nosso" bairro, vão todos, mesmo aqueles que não conheciam a morta. E, também, aqueles que a difamaram ou prejudicaram em vida. Ao "de cujus" perdoam-se todos os pecados, ao defunto só loas e elogios. Mesmo que neles não acreditem, dizem. As carpideiras terão um dia em cheio, embora a moeda em que se paga os seus serviços agora, seja outra.
Perante a morte, alguns lembram-se de que se há igualdade é no fim. Todos, independentemente, da posição na Tasca à "Ceifeira" irão prestar contas. Nestes dias de recordação que a vida tem fim e que o poder e o dinheiro tem coisas que não compram.
A Tasca põe-se de luto. Fechou, o barman foi ao funeral. Os clientes deixam a bebida e passam no velório e na Igreja. No velório, despedem-se do falecido e aproveitam para rever amigos e sócios. Na igreja, procura-se a contrição dos velhos pecados. Limpar-se-á a folha para novos? Renovam-se contactos, renovam-se negócios. De tarde, a Tasca voltará a abrir.
A nossa homenagem a uma Senhora de solidariedade, de liberdade e de amor. Uma cidadã em todos os sentidos.

domingo, 5 de julho de 2015

NÃO!

E não é que os Helenos votaram Não? Bolas, foram-se lembrar da democracia, colocar em causa o status quo da cidade. Apesar das ameaças, conselhos, relatórios e demais "razões" o Município não convence. Os Helenos votaram com o seu coração. A cidade Europa não os convenceu a manterem a velha receita de "mais do mesmo". Fartaram-se de serem condenados à pobreza. Dizem. Condenaram-se à miséria e à quarentena, dizem outros. Esquecem que quando se condena a escolher entre a espada e a parede, nem todos escolhem o paredão. A tradição do "Não" é forte naquele Bairro, os Latinos e os Teutónicos que o digam. A cidade Europa sempre se fez de vários caminhos e direções, à luz do acordo e do consenso; a ideia de um Pensamento Cítrico, único e irrevogável, levou Não! Aqui, no "nosso" Bairro, o balcão, de um lado e outro, está cheio de sedentos... vão levar a semana a engolir em seco... Logo, em ano de eleições!

Uma semana "a sério"

Uma nova semana vai-se apresentar à cidade Europa. Uma semana em que cidadãos e cidades vizinhas vão estar muito atentos.
Serão questões políticas,  financeiras,  geoestratégicas,  monetárias,  partidárias e culturais. É uma semana para decidir,  não vai dar para adiar,  consultar comités,  ouvir especialistas,  decidir não decidir. O quotidiano dos tecnocratas vai ser perturbado. Fingir que se trabalha esta semana não vai dar. Os finais de tarde na tasca,  pub ou bierhaus,  encurtados. Embora,  tal como nos Paços do Concelho,  esperam-se sessões nocturnas e longas,  na Grande Bierhaus,  onde,  esquecidas as rivalidades de ritual ou da jaqueta, os grandes da cidade,  irão discutir o futuro dos orçamentos participativos,  da nova redistribuição dos Fundos e da nova música que afectou a Marcha. O tom da "austeridade" parece que passou de moda,  um novo tom mais consensual tornou-se necessário.
A questão da "salada grega" perdeu o seu contorno gastronómico, ganhou laivos de internacional,  as Cidades vizinhas e distantes enviarão os seus embaixadores,  o grande Festival dos negócios está ameaçado!
E tudo por causa de um bairro tão pequeno como o "nosso"...

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Parede de Honra

Na Tasca, há uma parede de honra, onde se colocam os retratos dos heróis do "nosso" Bairro. Os retratos daqueles que merecem ser recordados por todos. A parede é recente, ainda nem 100 anos tem. É uma moda mais recente, esta de pendurar retratos. Não é qualquer um a quem se pendura o retrato. Até hoje só se penduraram 11 retratos. São presidentes, escritores, educadores e uma fadista. Todos marcaram o "nosso" Bairro, todos frequentaram a Tasca. Hoje, juntou-se mais um retrato. É o retrato do jogador da bola. Viva a Bola! Viva a Tasca! Viva o "nosso" Bairro! A Tasca e os seus clientes estão em festa. Será que o homenageado teria gostado do retrato?

Football

Há um desporto inventado no Bairro de Albion, o Football, que aqui no "nosso" bairro também é o desporto-rei. É uma coisa generalizada por grande parte do mundo. Desde o "outro tempo" que não há outro desporto face ao Football, joga-se nos pés, não é preciso grande cabeça. Aqui no Bairro, não há rua onde não se jogue. Toda a Rua tem um Football Club ou Clube de Bola. É uma coisa séria. Há quem tenha morrido por causa do desporto. São 11 contra 11, em torno de uma bola. Heróis bestiais quando vencem e marcam golo, bestas quando comem frangos. Mas o mais importante é o público, os fãs, a cor do clube. É o clubismo uma forma aguda de bairrismo. Ao defendermos o clube defende-se a rua ou vice-versa. Nós contra eles.
Todas as semanas há jogo, libertam-se as tensões e as preocupações pelos gritos e pelas discussões. Em cada cidadão do "nosso" Bairro há um treinador e comentador. Na Bola não há classes, credos ou estatutos, há cores. Encarnados, Azuis, Verdes ou Amarelos. Os nossos são os melhores, quando se perde a culpa é do árbitro. Enquanto se vive Bola, não se pensa a vida. Assim, educam os bons pais de família. A bola aquece o coração do "nosso" Bairro.
Na Tasca, a TV só mostra bola, os lugares e as mesas rodam quando há bola. Sem bola não há Tasca e sem Tasca não há bola. Vinho ou cerveja escorregam sempre, com tremoços ou azeitonas e pão. Nem sempre as cores combinam com os lugares atribuídos pelo "jogo-de-cadeiras". No fundo é uma forma de baralhar e voltar a dar. Diz a tradição do "nosso" Bairro, haja sempre bola e os que beber na Tasca que o povo não passa fome!

O lançamento do Livro

Ontem a Tasca engalanou-se, tiraram-se mesas, redispuseram-se as cadeiras, todas viradas para o Balcão, era o lançamento de um livro. Não importa o livro, nem o conteúdo do mesmo, importa sim, quem veio. E não é que vieram quase todos? A Tasca estava cheia, eram tantos que nem deu para jogar ao "jogo-das-cadeiras". O vinho, atendendo à estripe da clientela, foi substituído pelo espumante da casa.
O autor, o Dr. Ervas, juntou ali, todos os actuais e antigos Moços de Tasca, Presidentes, Vogais, directores, chefes, assessores e doutores do "nosso" bairro. Amigos e conhecidos, quase todos presentes. Duvida-se se vão o ler, o que importa é o autógrafo. A fina-flor da Tasca colecciona autógrafos. São eles que gerem os destinos do "nosso" bairro. Parece que o livro é sobre ruas e ruelas, gestão de águas e saneamentos. O livro de tão importante conteúdo foi apresentado pelo ex-burgomestre, que nos brindou a todos com "pérolas de sabedoria" e loas ao Pensamento Cítrico.

Os moços da Tasca

Há uma profissão muito especial no "nosso" Bairro: os moços da Tasca. Não se percebe o que fazem, não como vivem. Os seus rendimentos são oficiosos e resultam de expedientes. Dizem. São rapazes bem formados, amigos do barman, levam e trazem informação, mas não são moços de recado. Ajudam aos negócios, à gestão do "nosso" bairro, trabalham na Tasca, mas frequentam a Junta, os salões de festas e as ruas finas da Cidade. Têm amigos e conhecidos, relações de almoçarada e patiscos dentro e fora da Tasca. A sua moeda é informação. Um bom exemplo é o Sr. Dr. Ervas.  Este é um verdadeiro moço da Tasca, fez carreira, começou novo viu a sua experiência creditada numa licenciatura em negócios de Tasca.  Todos sabemos que não há verdadeiro negócio que no "nosso" bairro não passe pela Tasca, quem facilita o negócio pode cobrar comissão. Mas nem tudo se resume ao dinheiro. O Poder é mais viciante. Foram anos à porta da salle privée, tal faz mossa nas jovens personalidades... Hoje, é um "fazedor de presidentes". Foi dele a ideia de acrescentar "Dos Lobos" ao apelido do actual presidente da Junta. Este também foi moço da Tasca, mas nesse tempo era o Pedrito Conejo. São amigos, amizades da Tasca são para sempre ou até que a morte - acidental ou não - os separe...

O ex-burgomestre

Um dos figurões cá do "nosso" Bairro é o Sr. Barrento. foi o Burgomestre da Cidade antes do Sr. Vulcano. E antes de ser Burgomestre na Cidade, foi presidente da Junta. Claro está que nesses tempos era mais conhecido por Durão Barrento. É um self made man, com ajuda das famílias subiu na vida. É um exemplo de sucesso na Tasca. Começou jovem, a limpar a mesa dos Cassetes, como seguidor da linha oriental. As artes orientais fazem maravilhas à elasticidade de um ser humano.  Depois de um part-time numa empresa de mudança de móveis, foi capaz de uma asana amorosa, foi à Vila dos Chocolates e regressou um homem novo. Conhecedor das questões orientais e municipais alcandoraram-no de aluno radical a Professor auxiliar, membro da Tasca por direito. Chegou a Vogal com o invejável e viajado pelouro Internacional quando o Sr. Múmia foi presidente da Junta.  Tal experiência fez dele um diplomata de mão cheia, capaz de apertar a mão a qualquer um e assim promover a paz e os negócios. Tornou-se uns dos porta-voz do Pensamento Cítrico internacional.
E como os astros dele nunca se esqueceram, "Durão" chegou a Presidente da Junta. Tempos que já poucos se lembram que a mudança "dura" prometida foi ultrapassada pelas grandes questões internacionais. O yoga passou a ser outro. A linha Ocidental é mais flexível. As capacidades como anfitrião notadas. Eis que logo se fez o convite, à falta de melhor candidato, os cítricos queriam tal personagem para Burgomestre da Cidade!
Perde a dureza mas ganha mais barro. É um grande estadista. Peixe fino. Dos dois mandatos que fez como Burgomestre, infelizmente, fica pouca memória. As estórias foram ultrapassadas pela história. Resta a cátedra na Católica Escola enquanto se espera por uma melhor vaga na Tasca.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Cansaço na Cidade

A cidade Europa está cansada. É dramas a mais. Até as outras cidades estão preocupadas. Estas coisas do Bairro Heleno, das Marchas Populares e dos orçamentos participativos estão a levar a cidade a um ataque de nervos. Uns culpam a Frau Ângela, presidente da Junta dos Teutónicos outros o Sr. Tripas, presidente da Junta dos Helenos. Não se decidem pela salada para o menu do bairro se a salada grega ou uma kartoffelsalat! Primeiro foram meses de negociação, depois o acordo que não chegava, o prazo de pagamento do Fundo Multilateral de Imposição. Críticas, acusações de parte a parte, reuniões infindáveis e até às tantas da matina. Reuniões de Tesoureiros, de Presidentes e todos os demais interessados. Agora, uns dependem de um referendo, outros de dinheiro. O povo Heleno sofre no bolso, os restantes municípes no coração... O bairrismo está em alta. As tensões e preconceitos entre norte e sul há muito que não eram tão evidentes. Os média estão malucos - o Medo vende! -, as redes sociais pululam de opiniões. Nunca estivemos perante tanto drama. A verdadeira Tragédia ainda não começou...

Saudades

No "nosso" Bairro há muitas saudades. Esse sentimento reflecte-se numa nostalgia de um passado imaginado e idealizado, sonhando-se um futuro melhor. Também na política do "nosso" Bairro há saudades. Em especial saudades pelo "outro tempo".
No outro tempo é que era bom. Foi o tempo do Bairro Novo, tempos de contas e factos certos, sob a batuta e grande liderança do Sr. Professor Dr. Rapa-tachos. O homem providencial. Enviado literalmente por Deus e pela Sua Santa Igreja, onde o Sr. Professor se instruiu nos tempos de Seminários nos valores cristãos. Juntou a isso a formação na Rua da Universidade do "nosso" Bairro, local onde as mentes mais brilhantes do Bairro foram enformadas. Pela sua formação e divina inspiração, ficaram as contas da Junta, ao tempo chamada Regedoria, certas. Os orçamentos tiveram superávit, as facturas foram pagas, as hostes acalmadas. A paz do Bairro era garantida, tal como hoje pela Repartição, pela Esquadra e pelos Janotas, segundo os métodos e coordenação da Pevide, os serviços de vigilância do Bairro Novo.
Foi tudo "novo": a Educação básica na Escola e na Catequese asseguradas; saber ler, escrever e contar, tudo na base do marranço . Até os nomes dos riachos se sabia! Pensar e reflectir, ser "doutor" reservado às elites. Um desporto elevado a rei. Um estilo musical feito hino do bairro. Um Bairro Novo amado e protegido por Nossa Senhora! Assim seria o "outro tempo", idealizado pelos publicitários da Tasca.
Um povo alimentado no vinho da casa e no pão que Deus e o diabo amassaram. Na Tasca, ao balcão alguns comiam sopas de cavalo cansado, sob o olhar dos comensais que à mesa sabem o seu lugar por via do título eclesiástico, nobiliárquico ou académico. Nos bons velhos tempos o protocolo era mais rígido na Tasca.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Fumo... quê?

Mas, mas... Afinal o Município e o bairro dos Helenos chegam a acordo: o não acordo. A Junta dos Cassetes Extremistas Coligados, aceita fazer acordo mas faz campanha contra no referendo. Provoca-se os Bairros do Norte e os colaboracionistas do Sul, é o caso do "nosso" Bairro e da sua Junta. A Cidade sobrevive agora, mas a sua política está sedimentada em areias movediças. O Presidente da Junta do Bairro, o Sr. Alexandre Tripas, dos Helenos, fez-se herói, gritou de alto, forte: Referendo! Democracia! Sinfonia! Entrada de leão. Mas, o Burgomestre, o Sr. Vulcano, apoiado pelos Bairros, mostrou-lhe que o acordo, os juros e o pensamento cítrico mandam em toda a Europa! Frau Ângela, presidente da Junta dos Teutónicos e Herr Cervejinha já tinham avisado: não há lugar a "traições" e muito menos a colocar o status quo  em causa, com ou sem referendo. Ameaçaram com a "quarentena". Em nome dos Pensionistas aceitou-se um acordo com restrições, mas Domingo há referendo. Fica a dúvida, Tripas meteu o radicalismo no saco ou radicalizou ainda mais? Afinal a sinfonia é outra e os bilhetes custam mais do que 60€. Tácticas de Sendeiro? Vai-se a votos e o jogo continua, a Taberna grega reabriu, a tragédia continuará para alguns, para outros é a odisseia que se faz. O canto das sereias continua. Os Europeus aguardam dos próximos episódios...

Banco Novo, vende-se!

No "nosso" Bairro os bancos de jardim e os outros são um grande negócio da Junta. Ganham todos à comissão. São negócios de Tasca. Ali, assegura-se o negócio, acerta-se o juro e a partilha do lucro. Nos jardins, colocam-se bancos conforme a adjudicação directa mais recente. Na rua do Ouro, aos bancos apaga-se o nome velho, cria-se um Banco Novo. Todos sabemos que os quase-novos se vendem a bom preço, limpinhos de dívidas e problemas. Dívidas passadas, assume a Junta. Lucros futuros são assegurados aos compradores na salle privée. Do estrangeiro vêm muitos, na Cidade não há quem queira comprar, conhecem os bairros, receiam misturar vinhos e cervejas, conhecem as lutas agridoce. No entanto, na Junta, sabe-se que há muito que a Tasca vende hambúrgueres e arroz chau-chau