A matriz psico-sociológica do "nosso" bairro é Judaico-cristã, na vertente católica. Como tal, o sentimento de "culpa" é muito importante. Não se trata da concepção jurídica de culpa - pois, a linguagem e os conceitos de Direito são alheios aos bairristas - mas sim, de uma concepção psicológica ou religiosa.
O sentido religioso de culpa, pelo qual os atos da pessoa recebem uma
avaliação negativa da parte de Deus ou da Comunidade - Vox Dei -, por consistir na transgressão de um
tabu ou de um dever moral. A culpa
religiosa compreende também um estado psicológico, existencial e
subjetivo, que propõe a busca de expiação de faltas ante o sagrado como
parte da própria experiência religiosa: aqui nasce o pecado.
Mas, se entre o pessoal cá do bairro, todos pecam, nem todos assumem os seus pecados, o que lhes permite pagar em outra moeda. Assim, com ou sem companheiros invisíveis, lá se vai guardando o seu lugar na hierarquia do "nosso" Bairro, pois tal como na Tasca, a entrada no céu é só por convite.
Uma características dos nativos é, portanto, o "jogo" da culpa.
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