Uma tasca portuguesa

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Taberna Portuguesa

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Bode expiatório

Num bairro onde há culpa, naturalmente há pecado e expiação, surge assim figura do bode expiatório como uma prefiguração simbólica do autossacrifício de Cristo, que chama a si os pecados da humanidade, neste caso a imagem do Messias.
Outra visão muito popular compreende dois bodes: símbolos de Cristo e do Diabo, uma vez que a expiação propriamente dita se realiza com a morte do primeiro bode, já que não existe expiação sem "derramamento de sangue". Não há expiação pela morte do segundo bode, que é simplesmente levado ao deserto para morrer à míngua. Ele representa o Demónio  que é enviado ao abismo por 1.000 anos, para refletir sobre a obra maléfica que realizou contra os seres humanos. Assim, na comunidade escolhe-se um "bode expiatório" para levar (sozinho) a culpa de uma calamidade, crime ou qualquer evento negativo (embora alegadamente não o tenha cometido).
Quanto mais, a comunidade não encontra Justiça nos tribunais das três graças, mais a busca do bode expiatório é um ato irracional (ou não, que o diga algum jornalismo ...) de determinar que uma pessoa ou um grupo de pessoas, ou até mesmo algo, seja responsável de um ou mais problemas sem a constatação real dos fatos. Para se chegar ao "bode expiatório" hoje, basta - com a cumplicidade da Comunicação Social - utilizar a arte do título que logo, logo, as zeladoras da moral e dos bons costumes do bairro ou o Justiceiro se encarregam do resto...
A busca do bode expiatório é um importante instrumento de campanha.

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