Uma tasca portuguesa

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Taberna Portuguesa

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Os Transportes Autónomos do Bairro

Os Transportes Autónomos do Bairro, TAB na gíria, são a empresa que resultou da "unificação" do eléctrico, dos autocarros e do teleférico do "nosso" Bairro. É uma empresa que o a população está habituada a utilizar. A cada Bairro o seu serviço de transporte. O problema está que tais empresas não costumam dar lucro, pelo menos em alguns bairros. Os investimentos são caros. A eletricidade e o gasóleo são importadas. A manutenção do material circulante é cara e, para ajudar, os salários dos trabalhadores são elevados. Não há passe social que resista. A bilheteira não cobre as despesas. Dizem. Os TAB já foram privados, geridos pelos do Bairro Albion, depois a Junta nacionalizou-os. Com os subsídios do Município, a rede alargou-se e modernizou-se o material. Mas as greves, ai as greves. O povo fartou-se de pagar passe social para tanto dia a chegar atrasado a pé ou de taxi. Dizem. Entretanto, a Junta decidiu privatizar a TAB. Fez-se um concurso. Da Cidade ninguém concorreu. Os outros bairros não estão interessados. Apareceram concorrentes do outro lado do mar. A negociação foi feita. A Tasca deu o seu parecer. Vendeu-se. O preço e o contrato são confidenciais. Alguns estranham o interesse de privados num negócio que dá prejuízo. O Pensamento Cítrico confia na "iniciativa privada". O povo aguarda se os bilhetes irão aumentar, se as rotas irão diminuir, se alguns serviços irão fechar e quantos irão ser reformados ou despedidos. Os sindicatos depois de meses de greves e protestos calaram-se. Hoje assinou-se a venda no salão nobre da Junta. Amanhã, a vida no "nosso" bairro continuará a passar pela TAB.

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