Uma tasca portuguesa

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Taberna Portuguesa

terça-feira, 30 de junho de 2015

A falência dos Serviços Sociais

Os Serviços Sociais da Junta do "nosso" bairro estão falidos, assim afirma um estudo encomendado pelo vogal da Junta com o Pelouro Social, o Dr. Motinhas. Os serviços sociais (S.S.) têm como receitas as quotas e as taxas cobradas aos utentes. Em princípio, as despesas seriam as relativas aos seus estatutos: o apoio social aos utentes. Como esta coisa da solidariedade social, normalmente não da lucro, a diferença seria coberta pelo Orçamento da Junta. Ora, acontece, que por razões históricas as despesas com o apoio social foram mais pequenas que as receitas, os Serviços Sociais, começaram a movimentar muito dinheiro, deram "lucro". Os saldos positivos foram investidos em prédios e certificados do Tesouro. Muito dinheiro. Claro está que um orçamento dos S.S. positivo sempre contrastou com o Orçamento da Junta, crónica e historicamente deficitário. No outro tempo, quando começou a "Guerra de 1908", o orçamento dos S.S. deu muito jeito à Junta... Investimentos de Tasca.
Com a democracia, tal dívida nunca foi paga, mesmo findas as guerras e continuou-se a alargar os serviços prestados. Apoiou-se utentes, familiares e amigos. Na Tasca aprovaram-se isenções e descontos. Os saldos, tal como a população activa do "nosso" bairro,  começaram a baixar. Entretanto, as modas na Cidade no tocante a serviços sociais mudaram, apostou-se nas seguradoras privadas, gerem melhor, segundo doutas opiniões está-lhes no sangue dar lucro. Assim, aumentaram-se as taxas dos Serviços Sociais, reduziram-se alguns serviços a certos utentes. Sugeriu-se aos utentes recorrerem aos privados. Os S.S. começaram também a "investir" nos negócios da Tasca. Os negócios da Tasca dão sempre lucro. Mas, o lucro tem destinatários específicos; naturalmente, os Serviços Sociais não são clientes da tasca, alguns directores é que são.
Aumentada a despesa, alargados os serviços prestados, a escolha de fornecedores e prestadores de serviços escolhidos em negócios de Tasca e os investimentos realizados, somados à debanda de pessoas dum bairro que envelhece a olhos vistos, garantem agora a "falência" do sistema. São favas contadas. 

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