Aqui contam-se estórias do "nosso" bairro. Um bairro plantado à beira mar, nesta cidade a que chamam Europa.
Uma tasca portuguesa
sexta-feira, 19 de junho de 2015
A característica dos nativos
Um dia veio um estrangeiro visitar o bairro. Aliás, há muito que os estrangeiros e os cidadãos de outros bairros gostam de vir ao "nosso" bairro fazer estudos sociológicos. Terá a ver com as idiossincrasias dos locais. Uns descobriram que além da boa cozinha e da simpatia típicas do bairro, também há "a" característica das gentes do "nosso" bairro. É uma característica que tem de ser observada com algum cuidado e atenção. Implica alguma imersão junto dos nativos, tal como numa investigação antropológica com método. Os nativos do "nosso" bairro padecem de uma característica comum: a displicência orientada por resultados particulares. Isto é, não é uma indiferença per si. É algo vivido culturalmente, social e profissionalmente, activado de forma consciente com um pragmatismo único - que no bairro se apelida de "desenrascanço" - com fins individuais e pessoais. Porém, a singularidade desta displicência é que funciona em comum, isto é, apesar de ser orientada única e exclusivamente por razões particulares, adapta-se a um sentido comum de forma invulgar. Apesar de individualistas e "egoístas" os nativos do bairro são capazes de numa sintonia invulgar, agir como um cardume. Nesse sentido gregário funcionam duas outras características antropológicas: a rivalidade (em especial, a relativa aos outros bairros) e o estigma do "bode expiatório". Assim, corre a vida no "nosso" bairro.
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