Aqui contam-se estórias do "nosso" bairro. Um bairro plantado à beira mar, nesta cidade a que chamam Europa.
Uma tasca portuguesa
terça-feira, 30 de junho de 2015
Negócios de água
Na Tasca, já se sabe, a bebida com mais saída é o "vinho da casa". Também se bebe água na Tasca. Mas a água é um negócio especial. Na tasca oferece-se um copinho de água juntamente com o cimbalino ou a bica. Água da torneira está visto. De garrafa, só da importada. No "nosso" bairro as águas - limpas e sujas - que entram pela torneira e saem pelos esgotos são negócio das Águas do "nosso" Bairro, AdB. As AdB são propriedade da Junta, bem, os canos são, é que a água, tal como o ar, é de todos vem da natureza, dizem. Mas isto da água, que compõe mais e 70% do corpo humano e sem a qual, parece que não se vive, tornou-se um negócio. Primeiro, cobrou-se taxas pela manutenção dos canos, depois pela gestão do sistema - complexa a montante e a jusante -, depois tornado serviço, teve-se que cobrar por isso. Tornou-se negócio. Não há negócio do "nosso" bairro que não passe pela Tasca. Assim, enquanto de bebericava um cimbalino e sorvia uma bica, ficou decidido. Tu ficas com a alta, eu com a baixa, quem paga o investimento são os Fundos Municipais, o serviço pagam os de sempre, e o lucro dividimos, um terço para mim, um terço para ti e um terço para a Tasca... O Barman anuiu, ficou decidido, os serviços de bairro viraram AdB, estas viram SA. O negócio está montado, enquanto houver chuva, só resta vender água - negócio garantido - os papalvos têm sempre sede e gostam de tomar banho!
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